Efeitos especiais de "Cinderella, O Musical"

No último dia 11 de março, estreou no teatro Alfa um dos maiores clássicos de todos os tempos. Cinderella, O Musical é uma produção da Broadway e chega aos palcos brasileiros pela primeira vez. Nesse universo de magia e encantamento, a produção da peça aposta na interatividade para dar vida ao espetáculo.
A produtora Maze FX, especializada em vídeo mapping, motion graphics e stage design, é a responsável pela projeção inédita no musical da Broadway, no qual irá das vida a cenas clássicas do conto de fadas, como a transformação da abóbora em carruagem, a luta do gigante com o príncipe, o voo do dragão, entre outras.

Com direção de Charles Möller e Cláudio Botelho, o elenco principal conta com Bianca Tadini como Cinderella, Totia Meirelles como a madrasta má e Ivanna Domenyco como fada madrinha. A peça fica em cartaz até maio de 2016.
“Toda menina conhece a história da pobre menina, que é explorada por sua madrasta má e, depois de algumas intempéries, conhece o príncipe encantado, se casa e é feliz para sempre. Ficamos muito honrados com o convite para o musical e desenvolvemos um projeto único para a peça. Nossa missão é transportar as pessoas para dentro da história e fazer com que elas possam, de fato, interagir e se perder no universo da gata borralheira. Temos uma equipe especializada em mapping para grandes eventos e temos ganhado cada vez mais espaço no mundo do entretenimento brasileiro justamente por entregarmos soluções customizadas e de alta qualidade”, finaliza Bruno Junqueira, fundador da Maze Fx.

Cinderella, O Musical que estreou nessa última sexta-feira

A cena é rápida e tem o encantamento de uma ilusão de ótica: quando a fada-madrinha lança a mágia, a roupa maltrapilha da menina se transforma em um cintilante vestido azul antes que se dê uma piscada. Em outro momento, sua imagem aparece projetada no fundo do palco e se desfaz quando seu amado se aproxima. Esses são apenas alguns dos truques apresentados durante o musical Cinderella, que estreou nessa na última sexta-feira, 11, no Teatro Alfa. Trata-se do primeiro musical do Brasil com efeitos de 3D em holografia. Com isso, dragões sobrevoam e incendeiam a plateia. Há ainda o voo da fada e a presença de gigante que luta contra o príncipe no palco e também invade a plateia.Nem a versão original da Broadway apresentava tais efeitos. "São momentos fascinantes, mas nada derruba a dramaturgia e a maravilha trilha", acredita o diretor Charles Möeller.
Ele tem razão - inspirado na fábula sobre a gata borralheira que se transforma em princesa por um dia e encontra seu grande amor graças ao sapatinho de cristal perdido, Cinderella ganhou uma versão musical para a TV, em Março de 1957, estreado por Julie Andrews e com elaboradas canções de Richard Rodgers e Oscar Hammerstein, considerados os formadores do musical moderno. Depois de duas novas versões (1965-1997), chegou Leia Mais:http://cultura.estadao.com.br/noticias/teatro-e-danca,cinderella-e-o-primeiro-no-brasil-a-trazer-efeitos-de-3d-em-holografia,10000020585Leia Mais:http://cultura.estadao.com.br/noticias/teatro-e-danca,cinderella-e-o-primeiro-no-brasil-a-trazer-efeitos-de-3d-em-holografia,10000020585Leia Mais:http://cultura.estadao.com.br/noticias/teatro-e-danca,cinderella-e-o-primeiro-no-brasil-a-trazer-efeitos-de-3d-em-holografia,10000020585à Broadway em 2013.
"Cinderella é um musical majestoso, linda com o universo da mulher e o direito de lutar pelos seus sonhos. É um clássico, portanto, não pode haver erros", comenta espetáculos do gênero dos últimos anos. Ao contrário do que está acostumado, ele teve um curtíssimo período para levantar uma peça tão rebuscada e carregada de detalhes: cinco semanas.
Möeller foi convidado pelas produtoras Renata Borges e Raphaela Carvalho, da Fábula Entretenimento, depois de experiência malsucedidas com Jorge Takla ( que chegou a anunciar, mas não assumiu a direção), Ernesto Piccolo e Ulysses Cruz. "Só aceitei o convite porque é um musical maravilhoso - se fosse outra peça, não teria aceitado", contou o encenador.
Com tempo escasso, ele teve de ser preciso - sem se apoiar nos efeitos especiais e dispensando a cômoda opção de contar uma conhecida fábula, Möeller aproveitou a própria regulagem das horas de ensaio para estruturar sua narrativa. "A falta de tempo que me atormenta também me fez notar a importância do tempo na sua história. As 12 badaladas são determinantes para separar a alegria da tristeza de Cinderella. Também a valsa, ritmo mais presente no musical, é dançada de forma circular, com os casais percorrendo um círculo em sentindo horário. Com tudo isso, fui desenvolvendo a forma de contar a história."
Essa narrativa circular apresenta surpresas como as atitudes mais feministas de Cinderella. "Ela não é conformada e só aceita seu destino de renegada em uma casa em que é tratada como empregada para manter seu equilíbrio", conta Bianca Tadini, que conseguiu o papel principal entre mais de 500 candidatas. "Mas Cinderella é uma mulher interessada no que acontece ao seu redor, a ponto de, no primeiro encontro com o príncipe, ela o informa sobre os problemas econômicos enfrentados pelas pessoas da aldeia. É uma atitude moderna"


A atriz, cuja afinação límpida é um dos grandes trunfos do musical, já se sente mais à vontade em relação aos dois momentos em que a técnica prevalece: aqueles em que seus trapos são transformados em exuberantes vestidos, um azul, outro dourado. "Não posso negar meu nervosismo, mas o resultado é tão deslumbrante que vale a pena".
O musical traz ainda novidades em relação a momentos marcantes da fábula, como a famosa cena do sapatinho de cristal deixado pela moça e que servirá de pista para o príncipe encontrá-la. Não convém revelar o segredo, mas se pode adiantar que são duas situações diferentes.
"O fascinante do musical é a troca de papéis, ou seja, o príncipe não é um homem com certezas sobre o seu futuro", argumenta Bruno Narchi, que vive Topher, o futuro monarca, seguro ao revelar as ambiguidades do jovem. "É uma bela decisão dos autores, que recolocaram o conto de fadas em um tom mais moderno."
Para Charles Möeller, tal contemporaneidade incentivou futuros autores a humanizarem as fábulas, revelando pessoas falhas. "Foi o que fez, por exemplo, Stephen Sondheim em Into Woods.
O diretor conta ainda com um talento que conhece bem: Totia Meireles como a madrasta. "Charles me pediu: seja má de forma realista", conta ela. "Achei que não conseguiria, mas o público intantil tem que se acostumar com a realidade."

PRESTE ATENÇÃO

1. Em uma das primeiras cenas, em que o príncipe Topher luta contra um dragão o efeito é espetacular, especialmente quando o bicho expele fogo.
2. Na impactante interpretação de Totia Meireles como Madame, a madrasta. Em seu primeiro papel como vilã, ela alterna bom humor com  atitudes desprezíveis.
3. Nas atrizes que vivem as irmãs Raquel Antunes (Charlotte), Giulia Nadruz (Gabrielle). Além de perfeitas no canto, exibem um raro talento para o humor.

CINDERELLA

Teatro Alfa

Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722. Tel.: 5693-400. 5ª, às 21h; 6ª, às 21h30; Sáb., 16h e 20h; Dom., 17h, R$ 50/R$ 180. Até 5/6



Fonte: Estadão
Assine o Estadão All Digital + Impresso todos os dias
Siga @Estadao no TwitterAssine o Estadão All Digital + Impresso todos os dias
Siga @Estadao no TwitterAssine o Estadão All Digital + Impresso todos os dias
Siga @Estadao no Twitter

Cinderela moderna e politizada chega a SP em adaptação da Broadway

Esqueça aquela mocinha apaixonada e melindrada que sonha apenas em cair nos braços de seu príncipe e ser feliz para sempre, amém.
No musical "Cinderella", que estreou na última sexta-feira (11) no Teatro Alfa, a protagonista quer mais: ela vai à procura do herdeiro para falar sobre a situação deplorável dos pobres do reino e pedir ajuda..
É claro que pinta um clima entre os dois logo de cara, mas essa versão moderna do conto de fadas, que estreou em 2013 na Broadway e é baseada na obra francesa de Charles Perrault, abre espaço para histórias mais densas.
"Ela coloca em cena questão femininas e políticas", diz Charles Möeller, o diretor, que ressalta a importância dos autores Richard Rodgers e Oscar Hammerstein. "Eles são grandes gênios. O musical moderno existe por causa desses caras", afirma, referindo-se à dupla norte-americana que assina a trilha de clássico como "A Noviça Rebelde" e "O Rei e Eu".


"O público vai ouvir as melhores valsas do mundo. "As canções, com versões de Claudio Botelho, embalam a história da bela garota (Bianca Tadini) que é maltratada pela madrasta (Totia Meireles) e pelas meias-irmãs (Raquel Antunes e Giulia Nadruz).
Quando o príncipe (Bruno Narchi) surge no palco, efeitos especiais prendem a atenção do público. Há dois hologramas em 3D de um gigante e de um dragão, por exemplo - com os quais ele luta. As laterais da plateia também servem de cenário para projeções que simulam fogo. Essas técnicas foram incorporada aqui no Brasil, não existem no espetáculo da Broadway, e Möeller e Botelho criaram cenário, figurino e todos os outros detalhes.
Produtora-executiva da Fábula Entretenimento, Renata Borges conta que começou a negociar a compra dos direitos da peça em 2013, em Nova York, e que a condição era a de não trazer nada "enlatado" de lá. "A gente tem capacidade de fazer no Brasil coisas tão boas quanto, não precisa imitar nada."
Ela diz que, logo no início, sua primeira opção já era ter Möeller como diretor, mas que houve um desencontro e ela acabou indo atrás de outros nomes, como Ernesto Piccolo e Ulysses Cruz, que ficaram pouco tempo na montagem. "Eles não entregaram o que eu queria", afirma.
Escolhida entre mais de 2.000 atrizes, Bianca Tadini relembra que ficou uns dez minutos sem conseguir falar após receber a notícia de que tinha sido a escolhida para interpretar a protagonista.

Em choque

"Desliguei o telefone em choque", diz a artista, que faz uma gata borralheira forte e cheia de convicções. " A gente fala de coisas importantes como compaixão e bondade." Bianca usa os famosos sapatos de cristal (confeccionados por Fernando Pires) e os vestidos com mais de 10 mil pedras e tecidos vindos de Paris (figurino de Carol Lobato). As trocas de roupas ocorrem num piscar de olhos.
Bruno Narchi, que faz um príncipe cheio de dúvidas e fragilidades, diz que "chega um ponto na peça em que você acha que sabe o que vai acontecer, mas tudo muda." E isso surpreende o público - que, no caso, poderá ser composto de adultos e crianças, pois as piadas e os temas da montagem valem para ambos.

Cinderella
QUANDO qui., às 21h, sex., às 21h30, sáb., às 16h e 20h, dom., às 17h
ONDE Teatro Alfa, R. Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. (11) 5693-4000
QUANTO R$ 50 a R$ 140
CLASSIFICAÇÃO Livre